Nos últimos anos, o Brasil vivenciou transformações profundas em seu mercado de crédito. Após o impacto da pandemia de Covid-19, surgem novas perspectivas que podem impulsionar empresas e famílias rumo a uma retomada sustentável.
Entre 2022 e 2024, o PIB brasileiro avançou em média 3,2% ao ano, mais que o dobro do período pré-pandemia. Essa retomada foi impulsionada pelo aumento do consumo, fortalecido pela recuperação do mercado de trabalho e pela ampliação consistente da oferta de crédito. O setor de serviços, que cresceu 15,9% em relação a 2019, mostrou-se o grande motor dessa expansão, enquanto o comércio e a indústria, embora mais voláteis, recuperaram rapidamente os níveis anteriores.
Em 2025, a renda média habitual atingiu R$ 3.528, refletindo crescimento real de 4% no trimestre. Esse aumento de rendimento reforça a confiança das famílias, mas também destaca a necessidade de gestão cuidadosa dos recursos disponíveis.
Em setembro de 2025, o saldo total da carteira de crédito apresentou crescimento mensal de 1,1%, com ritmo anual de 9,9%, retornando a um dígito pela primeira vez desde maio de 2024. As concessões mensais avançaram 8,9%, ajustadas para dias úteis, gerando expansão de 3,9%.
Os diferentes tipos de crédito apresentam dinâmicas específicas, conforme tabela abaixo:
Além desses indicadores, o setor agrícola enfrenta aumento da inadimplência no crédito rural, exigindo atenção especial dos produtores e das instituições financeiras.
Apesar da retomada, o cenário de crédito ainda carrega obstáculos que podem limitar oportunidades se não forem enfrentados proativamente.
Para empresas, o endividamento acumulado durante a pandemia e refinanciado com juros mais altos intensifica o comprometimento da receita. Já as famílias de menor renda sentem o peso da inflação e do crédito mais caro, tornando-se mais vulneráveis.
No primeiro semestre de 2025, as lojas físicas registraram aumento de 4,5% no fluxo de clientes em relação a 2024, com segmentos como moda, beleza e alimentação liderando. Ainda assim, 63% dos varejistas apontam a falta de acesso a financiamento como barreira ao crescimento.
Para os consumidores de baixa renda, o acesso ao crédito ficou mais restrito, pressionando o orçamento familiar e limitando o consumo de bens essenciais.
Em meio a esse cenário desafiador, surgem iniciativas do setor público que podem aliviar a pressão e gerar novas possibilidades:
Para aproveitar essas oportunidades, empresas e consumidores devem adotar práticas que minimizem riscos e maximizem benefícios:
O crédito pós-pandemia se apresenta como uma ferramenta poderosa para quem souber utilizá-lo de forma consciente. A combinação de políticas públicas, potencial de recuperação econômica e gestão estratégica pode abrir portas para o crescimento de negócios, geração de empregos e melhoria da qualidade de vida.
Ao adotar uma postura proativa, baseada em planejamento financeiro sólido e busca constante por eficiência, é possível transformar desafios em alavancas de desenvolvimento. O momento exige resiliência, inovação e colaboração entre setor público, iniciativa privada e sociedade.
Mais do que retomar níveis anteriores, trata-se de construir um novo patamar de solidez e inclusão. Com crédito bem direcionado, o Brasil pode trilhar um caminho de prosperidade mais justo e sustentável para todos.
Referências