Vivemos em uma era em que os objetos ao nosso redor se comunicam e trocam informações de forma autônoma, moldando a maneira como vivemos, trabalhamos e, especialmente, gerenciamos nossas finanças. A Internet das Coisas (IoT) vai muito além de termostatos inteligentes e lâmpadas conectadas: ela está redefinindo processos bancários e acelerando a inovação em serviços financeiros. Com a capacidade de coletar dados em tempo real, a IoT oferece conexão de objetos do cotidiano à Internet e insights valiosos sobre comportamento do usuário.
A IoT refere-se à rede de objetos físicos incorporados a sensores, softwares e outras tecnologias que permitem a troca de dados com sistemas e dispositivos pela internet. O conceito, inspirado pelas ideias de Kevin Ashton, propõe que computadores possam monitorar e mensurar tudo ao redor sem interação humana direta, reduzindo desperdícios, custos e riscos.
O funcionamento da IoT envolve um ciclo estruturado em quatro etapas principais: captação de informações por sensores, transmissão via Wi-Fi, Bluetooth ou redes móveis, análise de dados em plataformas especializadas e ações automáticas que ajustam processos sem intervenção manual. Essa dinâmica possibilita processamento de dados em tempo real e reações imediatas a variações de mercado, comportamento do cliente ou condições operacionais.
Para sustentar esse ecossistema, três pilares são essenciais:
Esses elementos trabalham juntos para criar um ciclo virtuoso, no qual cada dispositivo atua como um ponto de coleta e execução, integrando-se a uma infraestrutura global.
O mercado de IoT em transações financeiras movimentou mais de US$ 39,4 bilhões em 2022, com previsão de crescimento para US$ 52,5 bilhões até 2030 apenas em dispositivos de pagamento dedicados. Essa expansão é impulsionada pelo aumento do uso de inteligência artificial e pela proliferação de objetos conectados em todas as camadas da economia.
A integração da IoT com o setor financeiro traz uma série de benefícios que vão desde a prevenção de fraudes até a elaboração de produtos altamente personalizados. A automação de tarefas financeiras diárias libera tempo das equipes, reduz erros humanos e acelera processos de atendimento ao cliente.
Em bancos e fintechs, assistentes virtuais alimentados por IoT podem orientar o usuário em operações cotidianas, enquanto sensores em ATMs e agências monitoram acesso e comportamento, elevando o nível de segurança física e digital.
Quando o cliente compartilha informações de dispositivos conectados, as instituições financeiras obtêm uma visão mais precisa da situação financeira. Dados de gastos via smartwatch, histórico de pedágio automático em veículos conectados e consumo de energia em eletrodomésticos fornecem um panorama detalhado de hábitos e capacidade de pagamento.
Com essas informações, a análise de crédito torna-se mais dinâmica e condizente com o comportamento real dos consumidores, ampliando o acesso a linhas de crédito justas e responsáveis.
O aumento no número de dispositivos gera preocupações legítimas sobre privacidade e segurança. O cruzamento massivo de dados demanda redes de comunicação seguras e confiáveis e protocolos robustos de proteção.
As instituições financeiras investem em sistemas de autenticação multifatorial, biometria avançada e análise comportamental avançada e multifatorial, capazes de avaliar comportamentos suspeitos antes da ameaça se concretizar. Tecnologias como blockchain garantem a imutabilidade das transações e a integridade dos registros, fortalecendo a confiança entre bancos e clientes.
À medida que a IoT avança, veremos uma convergência cada vez maior entre dispositivos físicos e plataformas financeiras digitais. A automação inteligente de processos e a oferta de serviços sob medida permitirão experiências financeiras mais fluidas e seguras.
Organizações que adotarem essas tecnologias de forma ética e transparente estarão à frente na corrida pela fidelização do cliente e pela eficiência operacional. Para consumidores, essa revolução significa maior controle sobre o próprio dinheiro, decisões de crédito mais justas e um ambiente financeiro que evolui para atender necessidades reais.
Em suma, a Internet das Coisas abre portas para um futuro onde finanças e tecnologia caminham lado a lado, criando oportunidades inovadoras e fortalecendo a segurança dos dados dos usuários. Agora é o momento ideal para explorar e investir nesse ecossistema dinâmico e transformador.
Referências
