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Sem Fronteiras: Remessas Internacionais Facilitadas pelas Fintechs

Sem Fronteiras: Remessas Internacionais Facilitadas pelas Fintechs

10/12/2025 - 04:14
Marcos Vinicius
Sem Fronteiras: Remessas Internacionais Facilitadas pelas Fintechs

Em um mundo cada vez mais interconectado, as remessas internacionais se tornaram um elo fundamental entre famílias, empresas e mercados. As fintechs estão remodelando essa dinâmica, criando soluções rápidas, seguras e acessíveis para enviar dinheiro além das fronteiras sem complicações.

Contexto Geral do Mercado de Remessas

O mercado global de remessas internacionais formais movimentou mais de US$ 831 bilhões em 2022, impulsionado pelo crescimento de 25 vezes nos últimos 30 anos. A América Latina, com US$ 146 bilhões em remessas enviadas, exemplifica essa expansão que mais do que dobrou na última década.

Nos Estados Unidos, maior canal mundial, o volume atingiu US$ 56 bilhões em 2022, refletindo o poder econômico da diáspora e dos imigrantes. Para países de baixa renda, as remessas chegam a representar mais de 30% do PIB, caso de Honduras.

Na América do Sul, Caribe e América Central, o total alcançou US$ 156 bilhões, evidenciando a dependência dessas nações em fluxos financeiros externos.

Crescimento Digital e Inovação

Em 2023, as remessas digitais ultrapassaram 50% da participação do mercado pela primeira vez, totalizando US$ 439 bilhões. Estima-se que esse índice chegue a 61% em 2026, somando mais de US$ 550 bilhões, com crescimento anual previsto de 8% entre 2022 e 2026.

Enquanto o volume total de remessas cresce a uma taxa conservadora de 4% ao ano desde 2014, as transferências digitais expandem-se a impressionantes 25% ao ano globalmente.

No cenário latino-americano, o ritmo é semelhante, com 23% de crescimento anual das remessas digitais, embora ainda fique sobre a média global. Alguns países, como Brasil, Colômbia e Chile, superam 50% de digitalização, enquanto México, América Central e Caribe estão em torno de 30%.

Os Principais Players do Mercado Brasileiro

O Brasil vive uma verdadeira revolução: o mercado de remessas ao exterior cresceu quase 12% entre dezembro de 2024 e julho de 2025. Os líderes digitais já ocupam as primeiras colocações em número de transações, superando instituições tradicionais.

Entre as características marcantes dos players digitais de maior destaque, observam-se contas globais gratuitas, spreads justos, cartões em dólar e marketplaces internacionais.

  • Investidores buscando diversificação em ativos no exterior
  • Compradores internacionais adquirindo produtos fora do país
  • Global workers recebendo salários em múltiplas moedas
  • Pequenas e médias empresas exportando serviços e produtos
  • Investidores em ETFs e títulos internacionais

Perfis de Usuários e Fatores de Escolha

Os consumidores brasileiros escolhem fintechs por razões claras, segundo pesquisa SoluCX de 2025:

  • Praticidade e facilidade: 62%
  • Segurança: 16%
  • Custos justos: 7%

Esses dados reforçam o desejo por transações rápidas e preço transparente, características que as fintechs vêm entregando com excelência.

Desafios e Oportunidades

Apesar das conquistas, o setor ainda enfrenta barreiras elevadas. O custo médio de envio de remessas foi de 6,3% em 2022, bem acima da meta de 3% estabelecida pela ONU. Uma redução para esse patamar poderia economizar US$ 20 bilhões anuais às famílias que dependem dessas transferências.

Em alguns corredores, taxas chegam a 25,2% do valor total, enquanto nos mais eficientes os custos caem para 3,4%. Na América Latina, o custo médio em 2023 ficou em 5,8%, estagnado desde 2015.

As operações SWIFT tradicionais seguem sofrendo com lentidão e processos burocráticos, criando espaço para soluções alternativas que acelerem e barateiem as transações.

Inovações Tecnológicas Transformadoras

Stablecoins emergem como proposta disruptiva. Criptoativos pareados ao dólar, como Tether e USD Coin, permitem integrar sistemas regionais de pagamento — por exemplo, Pix no Brasil e SEPA na Europa — em questão de minutos.

Outras fintechs brasileiras têm explorado esse caminho:

  • blueTransfer: alta competitividade nas taxas e prazos de 1-2 dias
  • Lumx: pagamentos internacionais via stablecoins, com US$ 3,4 milhões captados para expansão
  • LemFi: US$ 53 milhões em Série B para escalar soluções de câmbio e compliance

Essas iniciativas mostram como a tecnologia blockchain pode reduzir custos e aumentar a velocidade das remessas, rompendo fronteiras geográficas e financeiras.

Conclusão: O Futuro das Remessas Sem Fronteiras

À medida que as fintechs aprimoram suas plataformas, consumidores e empresas ganham acesso facilitado a operações internacionais. A digitalização não apenas reduz custos, mas fortalece laços globais, democratiza o acesso ao mercado financeiro e proporciona oportunidades de investimento.

Com stablecoins, APIs integradas e interfaces intuitivas, o cenário se encaminha para um ecossistema em que as fronteiras monetárias se tornam cada vez menos relevantes. A próxima década promete transformar ainda mais a forma como enviamos e recebemos dinheiro, colocando nas mãos de qualquer pessoa a possibilidade de movimentar recursos com rapidez, segurança e custo justo.

Para usuários e empresas que buscam expandir horizontes, este é o momento de explorar as fintechs inovadoras, aproveitar taxas competitivas e abraçar a conveniência de operações verdadeiramente sem fronteiras.

Referências

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Sobre o Autor: Marcos Vinicius

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